sábado, 30 de maio de 2009

A praga do HPV


Com a iniciação sexual acontecendo cada vez mais cedo, e muitas vezes sem preservativo, aumenta a transmissão do vírus papiloma humano nos adolescentes.
O HPV (vírus papiloma humano), doença sexualmente transmissível que causa lesões genitais e câncer, está crescendo principalmente nas faixas etárias mais jovens. Segundo o Prof. Dr. Reinaldo Tovo Filho, professor titular de dermatologia da Faculdade de Medicina da Unisa e atual Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, o HPV ocasiona lesões de difícil tratamento, sendo assim muito importante a sua prevenção. "Existem formas de se evitar a doença, como o uso do preservativo, a vacina e a realização de exames. É preciso conscientizar as pessoas sobre isso", afirma o médico.

Tema do último Curso de Educação Médica Continuada da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo (SBD RESP), o HPV é a principal causa do câncer de colo de útero, que atinge 0,5 milhão de pessoas em todo o mundo, além de causar em menor porcentagem o câncer de pênis. Estima-se que 50% da população sexualmente ativa já teve algum tipo de contato com esse vírus. Conforme explicou o Dr. Reinaldo Tovo, que ministrou o curso da SBD RESP, mais de 75% dos parceiros que entram em contato com o vírus desenvolvem lesões, porém, 40% delas lesões regridem espontaneamente (sem tratamento).

O câncer de colo de útero é a segunda maior causa de mortes entre mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para o Instituto, as estimativas da incidência de câncer no Brasil para este ano apontam a ocorrência de 18.680 novos casos de câncer de colo de útero, com risco de 19 casos a cada 100 mil mulheres.

Foi lançada no Brasil, há cerca de um ano, uma vacina que previne a infecção por HPV em até 90%. Ainda com custo não acessível a toda população, cerca de R$ 700,00 a dose, ela não é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As mulheres podem, no entanto, realizar pelo SUS o papanicolau, exame preventivo que deve ser realizado periodicamente em consultas com o ginecologista. A detecção precoce permite reduzir em até 70% a mortalidade por câncer do colo do útero na população de risco. Já a prevenção primária pode ser realizada por meio do uso de preservativos durante a relação sexual, uma vez que a prática de "sexo seguro" é uma das formas de evitar o contágio pelo HPV.
O tratamento é realizado com medicamentos de uso local como podofilina, podofilotoxina, aplicação de ácidos tricloroacéticos, cauterização, laser terapia, nitrogênio líquido e imunomoduladores (imiquimod) local. "Os imunomoduladores, não só como terapia, mas como coadjuvante junto às diversa modalidades terapêuticas do HPV, é mais uma opção para combater esta dermatovirose", finaliza o médico.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

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