segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ensaio sobre a cegueira

Vale a Pena ler...

"Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem" ( Saramago)

O presente livro, romance do brilhante José Saramago, narra a história de uma cidade assoalada por uma epidemia. Toda a população, exceto a mulher de um médico, se depara com uma subta cegueira de causas desconhecidas. A mulher do médico, sendo a única, que não fica cega, passa a ser narradora dos fatos. O livro, escrito com riqueza de detalhes, além de descrever os impactos da doença na cidade, também ressalta o comportamento das pessoas vitimizadas pela epidemia. É muito curiosa a maneira como elas tentam se adapatar a nova vida sem a visão. Bom demais esse livro, vale a pena ler.

DISCÍPULOS DO “SI MESMO” E DO MUNDO!

Jesus disse que aquele que desejar ser Seu discípulo, deve negar a si mesmo.
O “si mesmo” ao qual Jesus se refere não é o eu puro; é o eu fetichizado; é o eu morto, porém, existente como pulsão psíquica sem a volição do espírito.
Segundo Paulo, talvez ecoando o “deixa os mortos enterrarem seu mortos...” de Jesus — o espírito está morto a menos que seja vitalizado pela percepção do amor de Deus.
“Ele vos deu vida estando vós mortos em delitos e pecados”.
Na realidade a afirmação de Jesus sobre os vivos-mortos e a de Paulo sobre todos nós estarmos mortos, apesar de existentes, até que a Vida de Deus se manifeste em nós, é um conceito assustador para muitos.
Assustador, porém, verdadeiro.
Existe algo pulsante em nós que é existência psicológica, ou almática, conforme Paulo diz ao referir-se ao Homem Psíquico ou Natural.
Até que o Evangelho avive o ser [o eu profundo], o que existe em nós é alma em pulsão, por vezes controlada pela razão, mas, ainda assim, alma em pulsão.
Jung identificou o Self como sendo o principio regulador da atividade psíquica. Uma espécie de Sol da alma, da psique.
Em Jesus, o “si mesmo” não é o Self de Jung, mas é aquilo que Jung não viu no Self. Ou seja: Jung trata o Self como se ele fosse o espírito, mas, de fato, o Self ainda não é o espírito.
Na realidade o “si mesmo” é o eixo do eu iludido; é o sol do eu sem forma e vazio de Eu, embora cheio de suas imitações.
Para Jesus o “si mesmo” faz guerra contra o eu puro e vivente em espírito e em verdade.
Não existe a morte do eu em Jesus. Existe a morte do “si mesmo”.
O “si mesmo” é o eu sem caminho para fora de si!
O “si mesmo” é o eu sem o olhar da vida e da disposição de transcender ao imediato.
O “si mesmo” é o culto do eu adoecido ao que lhe seja razão imediata.
O “si mesmo” também é formado pelo conjunto de influencias do eu partido, dividido, conforme Paulo em Romanos Sete, mais as construções do curso deste mundo e das ilusões vendidas como paixões da carne.
O “si mesmo” se justifica a si mesmo com o argumento de que as coisas são como as coisas são.
O si mesmo assim vira “carma” para o eu!
Jesus, porém, diz que ninguém se torna Seu discípulo enquanto cultua o si mesmo.
O “si mesmo”, por essa razão, tem que ser negado até que morra...
“Para que por ventura não façais o que seja do vosso querer”; diz Paulo.
Hoje em dia os discípulos da “igreja” e de suas teologias prevalentes são todos discípulos do “si mesmo”.
Afinal, o que são as teologias da prosperidade, dos carros, das roupas, das casas, das empresas, das viagens, dos bens, das posses, das reputações, dos poderes e influencias — além do si mesmo assentado no seu trono no centro da alma sem vida no espírito?
Portanto, não é uma questão de “implicância” minha com tais coisas, como se não bastasse o fato de que elas negam Jesus e o Evangelho. Não. Minha revolta é porque é mentira contra Jesus e o Evangelho.
Além disso, tal equivoco também gera uma prática que perverte tudo, e que jamais fará aparecer um discípulo de Jesus.
Sem negar o “si mesmo” ninguém é discípulo de Jesus; ninguém.
No curso da vida também verifiquei que a maior parte do que se chama de “meu ministério” nada mais é do que a institucionalização do “si mesmo” como missão do ego doente de morte pela vaidade dos próprios pensamentos.
A “igreja” sem Cruz assim convida as pessoas em nome de “um certo Jesus” que nunca conheci:
“Se alguém quer vir à minha frente, a si mesmo se afirme, tome suas palavras mágicas de ordem e confissão positiva, e faça muito sucesso; pois, não vos chamei para serdes cauda, nem de Deus, mas sim cabeça; e até mesmo serdes a cabeça de Deus no mundo; que existe para ser saqueado por todo aquele que for meu discípulo”.
Portanto, a “igreja” sem Cruz não faz discípulos de Jesus, mas de “um certo Jesus”, que não é o dos evangelhos, e que faz discípulos conforme o mundo, conforme o século, conforme a morte e vaidade do si mesmo.

Nele, que nos chama para negarmos o “si mesmo” e construirmos o eu real pelo levar da Cruz.


Caio Fábio

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Gabriel Garcia Marques diz que vai parar de escrever...


Gabriel Garcia Marques, 82 anos, colombiano, escritor, jornalista, editor e ativista político, vai parar de escrever. Eu considero Marques, o melhor escritor literário da América Latina de todos os tempos, na última terça feira, dia 01 de abril, ele confessou que vai parar de escrever. Será uma pegadinha de primeiro de abril? Ele justificou aos seus fãns, que o motivo pelo qual o afastou do seu maior prazer, é a luta contra um cancer linfático e que, por esse motivo, decidiu vive em Cuba. Garcia Marques foi premiado em 1982 com o Premio Nobel da Literatura, por sua maior obra Cem Anos de Solidão ( Obra mais famosa e premiada do escritor). O mesmo, desde muito cedo, é apaixonado por bons livros. Sua juventude foi marcada por muitas leituras clássicas, adorava ler do clássico As mil e Uma Noites, A Metamorfose, de Franz Kafca. Aos vinte anos, mudou-se para a cidade de Bogotá, a fim de estudar direito e ciências políticas, mas, o escritor não chegou a terminar a graduação, abandonou a Universidade Nacional da Colômbia, para se dedicar ao jornalismo, segundo maior prazer do gênio literário. Suas maiores obras são: O supracitado, Cem Anos de Solidão, Crõnica de Uma Morte Anunciada, O Amor nos Tempos de Cólera, Memórias de Minhas Putas Tristes.
Alguns dados sobre Gabriel Garcia Marques, extraido do site Wikipédia:
Jornalismo:
Seu primeiro trabalho como jornalista foi para o jornal El Universal. Em 1949 vai para Barranquilha e trabalha como repórte para o jornal El Heraldo. Neste mesmo período participa de um grupo de escritores para estimular a literatura. Em 1954 passa a trabalhar no El Espectador como repórter e crítico.
Em 1958 trabalha como correspondente internacional na Europa, retorna a Barranquilha e casa-se com Mercedes Barcha com quem tem dois filhos, Rodrigo e Gonzalo. Em 1961 vai para Nova Iorque para trabalhar como correspondente internacional, mas suas críticas a exilados cubanos e suas ligações com Fidel Castro o fizeram ser perseguido pela CIA e com isso muda-se para o México. Em 1994 funda juntamente com seu irmão, Jaime Abello, a Fundação Neo Jornalismo Iberoamericano.
Literatura:
Teve como seu primeiro trabalho o romance "La Hojarasca" publicado em 1955. Em 1961 publica "Ninguém escreve ao coronel". A obra Relato de um náufrágio, muitas vezes apontada como seu primeiro romance, conta a história verídica do naufrágio de Luis Alejandro Velasco e foi publicado primeiramente no "El Espectador", somente sendo publicada em formato de livro anos depois, sem que o autor soubesse . O escritor colombiano possui obras de ficção e não ficção, tais como Crônica de uma morte anunciada e El amor en los tiempos del cólera. Em 1967 publica Cem Anos de Solidão, livro que narra a história da família Buendía na cidade fictícia de Marcondo, desde sua fundação até a sétima geração. Este livro foi considerado um marco da literatura latino-americana e exemplo único do estilo a partir de então denominado "Realismo Fantástico". Suas novelas e histórias curtas - fusões entre a realidade e a fantasia - o levaram ao Prêmio Nobel de literatura em 1982. Em 2002 publicou sua autobiografia Viver para Contar, logo após ter sido diagnosticado um câncer linfático.
Ativista Político:
Têm simpatia por movimentos revolucionários da América Latina. Em 2006 apoiou juntamente com outras figuras públicas a independência de Porto Rico. Em algumas ocasiões foi mediador entre governo colombiano e as guerrilhas.
Prêmios:

Prémio de Novela ESSO por "má hora:o veneno da madrugada" (1961)
Doutor Honoris Causa da Universidade de Columbia em Nova Iorque (1971)
Medalha da Legião Francesa em Paris (1981)
Condecoração Águila Azteca no México (1982)
Prémio Nobel de Literatura (1982)
Prémio quarenta anos do Circulo de jornalistas de Bogotá (1985)
Membro honorário do Instituto Caro y Cuervo em Bogotá (1993)
Doutor Honoris Causa da Universidade de Cádiz (1994)
Obra:

La Hojarasca, já publicado por Plaza & Janés Editores
Memória dos prazeres
Relato de um naufrágo
Ninguém escreve ao coronel (1961)
Os funerais da mamãe grande
O enterro do diabo: A revoada
Má hora: O veneno da madrugada
Cem anos do solidão (1967)
A última viagem do navio fantasma
Entre amigos
A incrível e triste história de Cãndida Eréndira e sua avó desalmada
Olhos de cão azul
O outono do Patriarca
Como contar um conto (1947-1972)
Crônica de uma morte anunciada (1981)
Textos do caribe
Cheiro de goiabada
O verão feliz da senhora Forbes
O amor nos tempos de cólera (1985)
A aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile
O general em seu labirinto
Doze contos peregrinos
Do amor e outros demônios (1994)
Notícia de um sequestro
Obra periodística 1: Textos Andinos
Obra periodística 3: Da Europa e América
Viver pra contar
Memórias de minhas putas tristes
Obra Jornalística 5: Crónicas, 1961 - 1984

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Le fabuleux destin d'Amelie Poulain

Essa é pra quem ainda não viu o filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain":

Um filme muito interessante que mistura comédia, romance, drama e que conta a história de Amélie, uma menina que cresceu isolada das outras crianças. Isso porque seu pai achava que Amélie possuia uma anomalia no coração, já que este batia muito rápido durante os exames mensais que o pai fazia na menina. Na verdade, Amélie ficava nervosa com este raro contato físico com o pai. Por isso, e somente por isso, seu coração batia mais rápido que o normal. Seus pais, então, privaram Amélie de freqüentar escola e ter contato com outras crianças. Sua mãe, que era professora, foi quem a alfabetizou até falecer quando Amélie ainda era menina. Sua infância solitária e a morte prematura de sua mãe influenciaram fortemente o desenvolvimento de Amélie e a forma como ela se relacionava com as pessoas e com o mundo depois de adulta.
Após sua maioridade, mudou-se do subúrbio para o bairro parisiense de Montmartre onde começou a trabalhar como garçonete. Certo dia, encontra no banheiro de seu apartamento uma caixinha com brinquedos e figurinhas pertencentes ao antigo morador do apartamento. Decide procurá-lo e entregar o pertence ao seu dono, Dominique, anonimamente. Ao notar que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e remodela sua visão do mundo.
A partir de então, Amélie se engaja na realização de pequenos gestos a fim de ajudar e tornar mais felizes as pessoas ao seu redor. Ela ganha aí um novo sentido para sua existência. Em uma destas pequenas grandes ações ela encontra um homem por quem se apaixona à primeira vista. E então seu destino muda para sempre...
Ficha técnica do filme:



Título Original: Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain
Gênero: Drama/Comédia
Tempo de Duração: 122 minutos
Ano de Lançamento: Fraça, 2001.
Site Oficial: http://www.amelie-themovie.com/
Estúdio: Le Studio Canal+ / Filmstiftung Nordrhein-Westfalen / France 3 Cinéma / La Sofica Sofinergie 5 / MMC Independent GmbH / Tapioca Films / Victoires Pictures
Distribuição: Miramax filmes
Direção: Jean- Pierre Jeunet
Roteiro: Jean-Pierre Jeunet e Guillaume Laurant
Produção: Jean-Marc Deschamps
Música: Yann Tiersen
Fotografia: Bruno Delbonnel
Desenho de Produção: Aline Bonetto
Direção de Arte: Volker Schäfer
Figurino: Madeline Fontaine e Emma Lebail
Edição: Hervé Schneid
Efeitos Especiais: Duboi

Elenco:

Audrey Toutou: Amélie Poulain
Matieu Kassovits: Nino Quincampoix
Rufus : Raphael Poulain
Lorella Cravotta: Amandine Poulain
Serge Merlin : Dufayel
Jamel Debbouze: Lucien
Claire Maurier : Suzanne
Clotilde Mallet : Gina
Isabelle Nanty : Georgette
Dominique Pinon: Joseph
Artus de Penguern : Hipolito
Yolande Moreau: Madeleine Wallace
Urbain Cancelier: Collignon
Maurice Bénichou: Dominique Bretodeau
Claude Perron: Eva
Michel Robin : Pai de Collignon
Flore Guiet : Amélie Poulain - 6 anos